IMPOSTO SOBRE OS LIVROS
Uma notícia que saiu essa semana em diversos meios de comunicação e que
me deixou bastante preocupado, foi a de que a livraria Cultura estava prestes a
abrir falência.
Não muito tempo vimos a Fnac fechar
suas portas e deixar o Brasil, todas as suas unidades foram vendidas para a livraria
Cultura, a mesma que agora passa por grande dificuldade financeira.
Outra gigante das livrarias é a
livraria Saraiva que já está em recuperação judicial.
Em contra mão a isso tivemos
outra notícia que deixou a todos em alerta foi a de que o ministro da economia
Paulo Guedes declarou que quer taxar os livros pois se tratava de um artigo de
elite.
Pois bem, o senhor Paulo Guedes
que acredito nunca ter sido pobre e nunca ter passado fome ou necessidade, não
sabe o que que são as necessidades de um pobre.
Muitas crianças e adolescente que
vivem em um país tão desigual como o Brasil e que as vezes só tem uma refeição
ao dia, tem uma fuga dessa realidade tão cruel quando se debruça sobre um livro
de ficção ou romance, o que as faz sonhar com um mundo melhor ou de aventura.
Somos um país injusto, de juros extremamente
alto, de desigualdade social gigante e de educação desqualificada. Estamos na posição
60 no mundo entre 76 países avaliados em nível de educação.
Nossos professores não tiveram
uma boa base de ensino, nossos alunos não têm uma boa base de ensino. Onde não
se investe em educação a criminalidade e a falta de interesse social crescem
assustadoramente.
Os impostos sobre os livros deveriam
ser zerados. O incentivo a leitura deveria partir dos administradores do país.
A pontuação nas habilidades de leitura no Brasil está parada a quase 10 anos enquanto
a de outros países tem aumentado, segundo uma reportagem do portal G1.
Os autores brasileiros fazem da
tripa coração para conseguirem editar seus livros e distribuírem nas livrarias.
Esses profissionais não são reconhecidos
e nem respeitados. Suas obras são desqualificadas a cada dia. O patrimônio nacional
vem morrendo a cada década. E o esforço de Machado de Assis, Osvaldo de Andrade,
Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade e tantos outros que outrora fizeram
tanto pela literatura nacional, levando o nome do Brasil a outras fronteiras,
não imaginariam que o Brasil hoje viraria as costas para a educação e a
leitura.
Milhares de escritores, poetas,
compositores e artista em geral no Brasil estão a ponto de entrar em extinção.
Enquanto as florestas queimam de
um lado a arte e a literatura queima do outro.
Não podemos deixar que queimem
nossa cultura, nossos livros, nossas obras, nosso passado, nosso conhecimento e
com isso o nosso futuro.
Um país sem cultura é um país
falido, um país sem alma, sem um sorriso no rosto, sem esperança e sonhos.
Então aos nossos governantes apenas
uma frase.
Os grandes ditadores não
conseguiram acabar a arte e a cultura mundial no decorrer da história da
humanidade, porque não se acaba com o que é eterno.
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